Cogumelo

Adriel Alves
1 min readApr 19, 2022

--

“Agora me tornei a Morte, a destruidora de mundos”
Oppenheimer colheu seu primeiro cogumelo
Fruto das alucinações humanas
O sopro tórrido de Prometeu
Expelido da boca infernal dos homens
Empanturrando-se de braços e cabeças
Como um Cronos enfurecido
Estampando borra de gente na parede
Sombra que o sol esqueceu de mover
Cozidos o urânio-235 e o plutônio-239
O átomo formiga em um átimo deifica
Apolo erguendo-se do solo
Éolo açoitando tijolos
39 chicotadas nas costas de Hiroshima
Big Bang de tubo de ensaio na Terra
Alastrando por gerações
a ferida que não cicatriza
Chuva ácida de almas no rio de Hades
O Etna dorme e volta a brisa
Mas a guerra sorve novos Ares.

Gostou do conteúdo? Deixe aqui o seu aplauso e/ou comentário. Caso tenha interesse, inscreva-se aqui para receber um e-mail toda vez que eu publicar um novo texto.

Instagram: @purapoesiaa

Twitter: @purapoesiaaofc

--

--

Adriel Alves

Poeta e cronista. Integrante do portal Fazia Poesia e da Impérios Sagrados. IG: @purapoesiaa. Inscreva-se no link: https://adriel-alves.medium.com/subscribe