Megalopolitanos

Adriel Alves
1 min readJul 14, 2024

--

Foto de Lawrence Macaron na Unsplash

As hemácias de aço fugazes
Vagam nas longas veias cobálticas
Tangendo-as, o sinal rubi
Os motores rogando por jade
Rege-se a orquestra cacofônica
Buzinas e verbos coléricos
Gargântua expele seu ranço.

As artérias entopem às 17
O etanol lubrifica-nos às 20
O dia completa-se à 1/2 noite
Números, números e + números
9 mortos em chacina em comunidade
127 pessoas desabrigadas após chuvas
340 mil reais desviados de fundo público
Mais de 50 milhões abaixo da linha da pobreza
Mas são apenas números, números não doem,
números não sentem, números não dizem nada
Os dias seguem como sempre foram
Quem ainda lembra das manchetes da semana passada?
Quando dá a hora do expediente e a hora de voltar para casa
somos apenas nós e as horas
e as avançamos com o controle remoto nas mãos…

Gostou do conteúdo? Deixe aqui o seu aplauso (que vai de 1 a 50) e/ou comentário. Caso tenha interesse, inscreva-se aqui para receber um e-mail toda vez que eu publicar um novo texto.

Instagram: @purapoesiaa

--

--

Adriel Alves

Poeta e cronista. Integrante do portal Fazia Poesia e da Impérios Sagrados. IG: @purapoesiaa. Inscreva-se no link: https://adriel-alves.medium.com/subscribe