Narciso
Meus olhos refletem no outro
Narciso
Vejo o que quero ver
Beijo minha imagem e semelhança
Talho-me no corpo alheio
Caibo em todos os cantos
Estampo-me nas coisas
Sou a agulha no palheiro
(e como eu somos todos)
Vou me furando por aí
Na vã missão do encontro
Eu, mero Narciso, iludido
Quebro a cara em poças rasas
Debato e debato e naufrago
Quando aprenderei a nadar
longe das minhas margens?
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