Triturador

A fome de poder
mata de fome
quem não pode comer
Tritura a esperança
Estala ossos
Torce a pele
Escoa o sangue
Ecoa o grito
A dor de tanta já nem dói
A realidade dura como o pão
Dormido e guardado
O circo perdeu a graça
O triturador segue firme
Indiferente aos prantos
E daí? E daí?

Carne moída dada aos porcos
De bandeja
Sapatos finos sapateiam sobre os mortos
Desrespeita
Comida, boleto, dívida, impostos
Desespero
Parasitas em seus ultrajes luxuosos
Se aproveitam
Da ignorância dos hospedeiros.

Morte sobre morte
Pilha enorme
Que alimenta o triturador
Para o deleite de bocas pútridas
As vozes mórbidas do poder
Que excrementam com excelência
palavras vazias e inúteis
Vomitam sobre o planalto
Provocam abismo abaixo
E lá embaixo ainda abrem a boca
Para engolir tudo com gosto
Junto com todos os sapos.

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Poeta e cronista. Integrante do portal Fazia Poesia. Instagram: @purapoesiaa. Gostou do conteúdo? Se inscreva no link: https://adriel-alves.medium.com/subscribe

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Adriel Alves

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